sexta-feira, 15 de agosto de 2008

A LENDA DE NOSSA SENHORA DA GLÓRIA


Conta a tradição que certo aventureiro tomara para madrinha de sua escuna, Nossa Senhora da Glória. Tendo aportado à baía de Guanabara, resolveu festejar o acontecimento.
Terminada a festança na escuna, foi notada a falta da imagem. Toda a embarcação foi rebuscada em pura perda de tempo, até que, atraído pelo facho de luz que resplendia no meio da mata, o corsário encontrou a imagem no alto do outeiro.
A joelhado, em prece, estava um ermitão vestido de burel. Interpelado sobre o sucedido, reverberou o procedimento do corsário por ter tomado a santa por madrinha de seu veleiro, rematando que a imagem mesma mostraria onde deveria ser erguida a capela para ser adorada.
Ao afirmar o aventureiro que Nossa Senhora da Glória, "teria a sua capela e linda" no fim de um ano de viagem pelo mar, a própria imagem, segundo o que se contava, teria deslizado pela encosta, invadido o mar e, sem tocar no chão nem nas ondas, alcançado o navio.
A lenda conta que a imagem de maneira incorruptível que ainda hoje é venerada no outeiro, foi esculpida pelo ermitão, conhecido pelo nome de Caminha.
Conta mais a tradição, que dois anjos loiros apareceram a Caminha e incumbiram-se voluntariamente de escolher, na mata, a madeira apropriada e esculpirem ambos uma imagem igual, o que fizeram com rara perfeição.
Caminha então, resolveu enviar uma cópia para Portugal, sua terra de nascimento.
Os devotos da Glória que desconheciam o fato, foram ao Bispo e o ermitão foi preso, não havendo tempo de se impedir a viagem da Santa.
A embarcação que levava a imagem, por causa de um furioso temporal, agarrou no dia de São Tomé, indo chocar-se com uns rochedos da cidade de Lajes, no Algarves.
Frei Agostinho é que termina essa narrativa dizendo: " O mar lançou o caixão à praia, custou muito o haver de embarcá-lo no Rio de Janeiro, enquanto que na Praia de Lajes, bastavam-se dois homens para o tirar e quatro para o levarem ao convento. Outros dizem: ministrando-lhes uma tábua, sobre ela a vieram trazendo e que elas foram gotejando até a porem sobre as areias, e concluem que assim o fizeram e reconhecendo-a por verdadeira Senhora dos mares."
Na entrada da baía de Guanabara, localizada numa pequena elevação, foi construída a Igreja de Nossa Senhora da Glória.

Um comentário:

FRANCISCO COSTA disse...

Olá poeta, sempre passo pelo seu blog para ver e acompanhar sua atualizações. Vida longa para Alberam Morais e muitas composições e sucesso!