terça-feira, 5 de agosto de 2008

ESPERANDO OUTRA ALAGAÇÃO


Foi uma casa segura
Onde o cantar da saracura
De longe se podia ouvir
Onde tantos ribeirinhos
De dia ou a noite nesse rio
Sentiram carinho no descer ou no subir
A casa é rosa e as rodas as prosas de noite
Ao redor da lamparina
Mostrava a beleza de uma menina criada no interior
Pureza e simplicidade herdadas do pai da mãe da avó ou do avô
Nessa casa foram criados e realizados sonhos
Quantos botos da janela se pôde ver
Quantas antas quantas pacas
Quantos barcos vieram trazer
Uma mensagem de paz de amor
E num rádio na parede ouvia se um cantor
Fotos de calendário vizão de um imaginário
Mundo que se podia fazer
Hoje nessa casa passa rio levando a mata
Passa e olha por quem nela passou
fica triste então ressalta
Coisas boas que o passado guardou
Nessa casa como em tantas que já foram
Fica a saudade em algum ponto ou lugar
Fica a certeza fica a vontade
Se pudesse tudo voltar
Ao mesmo canto a mesma casa
De lindo sonhos quando menino
Se vim pra essa vida chorando
Pelo que sou pelo que tenho
Tenho que ir pra morte sorrindo....

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